12/29/2005

NICE PRICE: Nirvana - Nevermind

Recentemente, lembrei-me de pegar em alguns CDs que não ouvia há algum tempo e dar-lhes um pouco de «rodagem», para tirar o pó. Um deles foi “Nevermind”, o enérgico álbum que apresentou os Nirvana ao mundo, no bem ido ano de 1991. Na altura, comprei-o de imediato e devorei-o com uma voracidade tal que depressa fartou. Fim de primeira fase, portanto: a de consumo imediato.
Alguns anos depois, com Cobain bem enterrado e chorado, e a vida-depois-da-vida dos Nirvana terminada, tornei a ouvi-lo. Foram uns agradáveis 42 minutos e 38 segundos (isto sem contar com o espevitado tema escondido “Endless Nameless), mas não voltou a ser aquilo que fora uns tempos atrás. Estava algures na fase de desenjoo, digamos.
E aí estamos de volta ao bom ano de 2005, em que resolvi sacudir-lhe o pó. “Smells Like Teen Spirit” reavivou um certo espírito adolescente dentro desta alma saudosa pelas camisas de flanela, pelas botas Dr. Martens e por um tal de fenómeno “grunge”. Foi, de novo, amor à primeira vista. Mas agora com um certo distanciamento. Ouvi “Nevermind” com a mesma atenção com que exploro, pela milésima vez, um “Led Zeppelin IV” ou um “The Wall”. E, realmente, a distância ajuda-nos a criar um certo sentido crítico que nos permite apreciar um disco pela obra de arte que na verdade é, e não num estado de euforia, de voraz consumo daquilo que é novidade. Chamemos-lhe uma fase de contemplação artística…
Momentos altos, temas favoritos, nada disso interessa mencionar. Nevermind é para saborear em bloco, neste momento em que já ninguém se lembra que músicas rodaram nas rádios e quais não rodaram. Todas elas são conhecidas. Todas elas são peças fundamentais na engrenagem deste álbum que, hoje, já podemos considerar um clássico do rock. E, com esta distância temporal, podemos afirmar com toda a certeza: esquecendo o título, Nevermind é um momento único,que será recordado na posteridade.

(9/10)

2 Opinar:

At 31/12/05 14:21, Blogger Pita said...

Realmente a criação dessa distância (que acho necessária) que medeia a audição exaustiva do disco e o momento em que o mesmo se torna objecto mitíco, de reapropriação da memória de toda uma época, de todo um espírito, é importante.
Também eu não oiço os discos de Pixies que considero obras fantásticas. Mas quando tenho vontade de reavivar todo o espírito adolescente, convido-os a entrar na aparelhagem e normalmente com o som bem alto.
Curioso porque no meu blog (Rebuçados Aleatórios) falei do "Thirteen" dos Teenage Fanclub e a sensação foi a mesma. Ouvi o disco após uns bons dois anos sem lhe tocar e apeteceu-me escrever sobre ele.
Boa altura para voltar a pegar em Nevermind...

 
At 3/1/06 16:05, Anonymous Anónimo said...

nevermind....
gosto muito deste conjunto musical, principalmente o cantor.
Bonita época para pegar em.... Nevermind.

 

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