12/26/2005

CINEMA: Corpse Bride

Tim Burton torna a fazer o que sempre fez melhor: puxar pelo seu retorcido imaginário de criança obscura que sempre se recusou a fazer parte do mundo dos crescidos. E apresenta-nos Corpse Bride (A Noiva Cadáver), uma reflexão - à sua maneira - sobre a morte, o amor e o casamento.
A história gravita em torno do jovem Victor Van Dort (vocalizado por um Johnny Depp adaptado às expressões faciais de da personagem Vincent Malloy do filme “Vincent” de 1982) e das reticências que coloca a um casamento que lhe é imposto por conveniências familiares. Entretanto, por estranhas ironias do destino, acaba por fazer os seus votos matrimoniais a uma defunta, vendo-se assim, preso ao mundo dos mortos.
E é aqui – no mundo dos finados, entenda-se – que esta desvairada fantasia surrealista adquire deliciosos contornos de inesperada loucura (com um ligeiro piscar de olho ao delirante videojogo “Grim Fandango”), que fazem de “A Noiva Cadáver” um verdadeiro «doce para a vista».
Neste filme, Burton tanto consegue criar um objecto de culto para os amantes do género, como proporcionar instantes de entretenimento despreocupado a quem quiser apenas ir ao cinema ver um filme divertido. Extremamente divertido, acrescente-se.

(9/10)